Resultado do 3º Ranking da Cúpula da Cachaça.

Ranking da Cúpula da Cachaça elege as 50 melhores do Brasil; confira a lista

São 50 rótulos divididos em duas categorias, branca e ouro. O resultado da eleição que teve início em setembro do ano passado e culminou na degustação às cegas no último final de semana, você confere aqui e no Paladar do Estadão.

por Renata Mesquita

De Analândia (SP)

“A cachaça mudou de lugar, saiu de baixo do balcão do bar e foi parar na prateleira, cheia de orgulho.” A frase dita pelo célebre bartender Derivan de Souza durante o 3º Ranking da Cúpula da Cachaça ilustra o momento que o destilado nacional vive. Depois de dois dias degustando (às cegas) as 50 marcas que chegaram à final da prova, o sentimento dos 12 jurados era o mesmo: a cachaça evoluiu, e muito.

Cachaças já nas garrafas sem identificação prontas para a degustação às cegas. Foto: Mateus Verzola.

O resultado da prova realizada no último fim de semana o Paladar revela, inclusive para o time de jurados (que você conhece melhor no final do post).

Neste ano, uma novidade, as cachaças foram divididas de acordo com o tipo de madeira em que estagiam, seu visual e a declaração no rótulo, em duas categorias, branca e ouro. A mudança é reflexo exato deste momento, o nível das cachaças – inclusive das branquinhas – subiu, e os produtos evoluíram. “Não dá mais para colocar tudo no mesmo saco”, afirma Dirley Fernandes, jurado e membro da Cúpula. “Está claro que os produtores estão cuidando melhor de suas cachaças, especialmente das brancas, que já competem entre si de forma justa” afirma Maurício Maia, presidente da Cúpula e blogueiro do Paladar. 

A variedade é outro ponto alto: mais blends, mais madeiras nacionais, mais marcas. Pela primeira vez, uma cachaça do Norte entrou na lista, a Indiazinha, lançada no ano passado, de Abaetetuba, no Pará. O carvalho ainda impera, mas nesta mostra aparecem rótulos com jaqueira, jatobá e jequitibá. A aposta é que o eucalipto entre nessa lista.

O processo

A etapa de Analândia foi a última do processo que começou em setembro do ano passado e movimentou mais de 40 mil pessoas na internet na primeira fase. Foi o dobro da última edição, que teve 23 mil votantes em 2016. Esta primeira etapa é aberta ao público para votar em três dos 1,1 mil rótulos participantes, ou seja, todas as cachaças que têm registro no Mapa. Ao final da primeira fase, 250 rótulos foram selecionados. Em seguida, eles passaram por um painel com 48 especialistas de cachaça de todo o País. Eles elegem os 50 rótulos que formam o Ranking da Cúpula da Cachaça, realizado a cada dois anos.

Confira o ranking  OURO

1 – Vale Verde 12 anos     

Bicampeã, essa cachaça tem personalidade e sabores complexos. Seu uso da madeira remete ao bourbon. Tem excelente final de boca.

Onde: Betim (MG)

Nota: 88,4

Madeira:12 anos no carvalho

Preço: R$ 797,50 (700 ml)

2 – Magnífica Reserva Soleira

Chamam atenção as notas de especiarias e baunilha, típicas do carvalho, além de um leve frutado. A acidez é equilibrada. Para ter na prateleira.

Onde: Vassouras (RJ)

Nota: 87,9

Madeira: 3 anos no carvalho (de 3 a mais de 10)

 

3 – Companheira Extra Premium

Lembra muito uísque americano, indicada para os fãs da bebida.

Onde: Jandaia do Sul    (PR)

Nota: 87,3

Madeira: 8 anos carvalho

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4 – Sebastiana Carvalho 

Redonda, tem textura aveludada e sabor apurado. Para beber devagar– evolui no copo.

Onde: Américo Brasiliense (SP)

Nota: 85,6

Madeira: carvalho americano, pelo menos 3 anos

 

5 – Weber Haus Extra Premium Lt. 48     

Consistente, tem álcool suave, aroma tostado com especiarias e uma nota vegetal interessante. Final longo.

Onde:  Ivoti (RS)

Nota: 85,5

Madeira: 5 anos no carvalho francês + 1 ano no bálsamo

Preço: R$ 210 (700 ml)

6 – Weber Haus Amburana

Onde: Ivoti (RS)

Nota: 85,2

Madeira: 1 ano na amburana

 

7 – Casa Bucco Envelhecida 

Onde: Bento Gonçalves (RS)

Nota: 84,5

Madeira: 6 anos em carvalho e bálsamo

 

8 – Leandro Batista 

Onde: Ivoti (RS)

Nota: 84,2

Madeira: amburana, bálsamo, canela sassafrás – um ano cada

 

9 – Middas Reserva 

Onde: Adamantina (SP)

Nota: 84,1

Madeira: carvalho francês, carvalho americano e amburana – no mínimo dois anos

 

10 – Canarinha

Onde. Salinas (MG)

Nota: 83,9

Madeira: 2 anos no bálsamo

 

Confira a lista completa no Paladar do Estadão.

Ver matéria completa

 

* Nos produtos onde havia conflito de interesse da parte do jurado por este ter participação na elaboração da cachaça, as suas notas nos respectivos produtos foram desconsideradas pelo estatístico.

CONHEÇA OS JURADOS

 

Nesta edição, o Ranking ganhou um novo jurado, Derivan de Souza, renomado bartender e um dos responsáveis pela internacionalização da caipirinha.

Cesar Adames. Especialista em destilados e tabaco, é consultor e professor.

Dirley Fernandes. Dirigiu o documentário Devotos da Cachaça (2010) e é autor do blog de mesmo nome.

Erwin Weimann. Químico, é responsável pela criação de várias cachaças e autor do livro Cachaça – A Bebida Brasileira.

Glauco Mello Jr. Engenheiro químico especialista em fermentação alcoólica e na cadeia produtiva da cana.

Leandro Batista. Sommelier de cachaça, passou nove anos no restaurante Mocotó.

Leandro Marelli. Pós-doutor em tecnologia e no controle de qualidade de bebidas.

Manoel Agostinho Lima Novo. Consultor e autor do livro Viagem ao Mundo da Cachaça.

Maurício Maia. Jurado em concursos de destilados e autor do site O Cachacier.

Milton Lima. Dono da Cachaçaria Macaúva (em Analândia-SP) e autor do site Cachaças.com.

Nelson Duarte. Mestre-alambiqueiro e autor do livro Cachaça de Alambique.

Sidnei Maschio. Degustador e colecionador de cachaças.

 

 

5 Comments

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